22/03/2010

Movimento Parado!!






A resenha de VEJA sobre o novo filme de Tim Burton chama a atenção para a inusitada utilização de um boneco de juta como protagonista. Oriundo dos Estúdios Disney, Burton, na verdade, é dado a inovações e já ganhou espaço na história do cinema de animação. Uma história que você pode explorar em sala de aula com a certeza de que a turma vai ficar animada...



Atividades
1ª aula - Conte que foi na França que o primeiro desenho animado em um projetor de filmes moderno foi exibido: Fantasmagorie, do diretor francês Émile Courtet (também chamado de Émile Cohl), em 1908. Courtet é considerado também o criador do primeiro personagem regular de desenhos animados (Fantoche, um homenzinho que aparece em vários de seus trabalhos), além de ter sido o primeiro animador profissional de cinema. Entre 1908 e 1918 Cohl realizou mais de cem curtas de animação. Em 1912, o francês foi para Nova York e acabou espalhando sua técnica pelos Estados Unidos. Com isso, surgiram talentos como Winson McCay, realizador do primeiro desenho animado em longa-metragem do cinema – Sinking of the Lusitania, de 1918 –, e John Randolph Bray, que, em 1914, registrou a patente de um revolucionário método de animação em que os desenhos não mais necessitam ser exaustivamente copiados e repetidos. Pelo processo de Bray o cenário – ou background – permanece fixo e os objetos a serem animados são desenhados sobre folhas translúcidas. Trocando apenas essas folhas, e não mais a prancha inteira, é possível realizar desenhos de forma mais rápida, mais barata e menos cansativa. Um sistema, aliás, utilizado até hoje.

O nome de Walt Disney ganhou destaque em 1928, quando o camundongo Mickey fez sua estreia nas telas com Steamboat Willie – primeiro filme de animação sonorizado. Disney foi pioneiro também no uso da cor. Flores e Árvores, de 1932, inaugurou o technicolor – técnica que permite a exibição de películas coloridas. Mas o grande salto veio cinco anos depois com Branca de Neve e os Sete Anões, longa-metragem que demorou três anos para ser feito e empregou 800 artistas que produziram mais de 1 milhão de desenhos, dos quais cerca de 250 mil foram usados. Pelo impacto e grandiosidade da obra, Walt Disney recebeu, em 1938, um Oscar especial e sete miniestatuetas. Outros 37 Oscars seriam recebidos em vida por ele.


Walt Disney: o pioneirismo e a busca incessante pela perfeição
técnica fizeram o criador do rato Mickey revolucionar o cinema
de animação – o que lhe rendeu 38 Oscars. Foto: divulgação

Com o advento da TV, nos anos 1940, o mercado de animação ganhou novo impulso e a produção foi redirecionada para a telinha, em detrimento das salas de cinema. Foi quando os americanos William Hanna e Joseph Barbera se uniram para praticamente dominar o novo veículo. Em 1940, eles criaram para a Metro-Goldwyn-Mayer a popularíssima série Tom e Jerry. Na década seguinte, já com a própria produtora, enfileiraram sucessos como Jambo & Ruivão, Dom Pixote, Plic, Ploc & Chuvisco, Zé Colméia, Pepe Legal, Bibo Pai e Bóbi Filho e Olho Vivo e Faro Fino. Nos anos 1960, inauguraram o espaço para animações no horário nobre com Os Flintstones, Manda Chuva, Os Jetsons e Jonny Quest, entre outros. O sucesso se manteve na década de 70 com Scooby-Doo.

Em comparação com o trabalho cinematográfico anterior, a animação televisiva era bem precária, repetindo cenários de fundo e reaproveitando gestos e expressões dos personagens à exaustão. Mas o sucesso era garantido com as divertidíssimas gags que recheavam os episódios e alegravam tanto adultos como crianças.

Em 1982, a Disney voltou a revolucionar o cinema de animação com o lançamento do primeiro filme a usar a computação gráfica para animar sequências completas. Tron marcou a arrancada dos computadores para a telona e, seis anos depois, a Pixar, empresa fundada por um ex-animador dos Estúdios Disney em parceria com o premiado diretor George Lucas, fez Tin Toy, curta-metragem que se tornou o primeiro filme de animação computadorizada a ganhar um Oscar.

Em 1995, a Pixar fez Toy Story, primeiro longa-metragem de animação totalmente computadorizado (o Brasil questiona essa primazia – veja o quadro “Animação Brasileira”, abaixo) – maior bilheteria do planeta naquele ano. O século XXI consagrou os longa-metragens de animação, que ganharam uma categoria no Oscar. O primeiro vencedor foi Shrek, da Dreamworks, empresa criada pelo empresário e produtor musical David Geffen e pelos cineastas Steven Spielberg e Jeffrey Katzenberg que, não por coincidência, trabalhou anos nos Estúdios Disney.






2ª aula – Explique à turma que a técnica de stop motion é bastante usada por gigantes do entretenimento como a Disney e também na criação de animações caseiras, tanto em desenhos animados quanto em filmes com atores reais.

Stop motion (“movimento parado”) é uma técnica que utiliza a disposição sequencial de fotografias diferentes de um mesmo objeto para simular movimento. Essas fotografias são chamadas de quadros e normalmente são tiradas de um mesmo ponto, com o objeto sofrendo uma leve mudança de lugar, afinal é isso que dá a ideia de movimento. Esse movimento, na verdade, é uma ilusão de ótica, que se dá a partir da exposição de 12 quadros (fotos) por segundo.

A técnica já foi usada nos primórdios do cinema pelo o francês George Méliès no filme Viagem à Lua, de 1902. Ao longo do século XX, o stop motion foi sendo aprimorado e durante muito tempo foi a base para efeitos especiais quando ainda não existia toda a tecnologia de computação gráfica. Em Guerra nas Estrelas, de 1977, o diretor George Lucas revolucionou o cinema com ela.

Outro grande fã é Tim Burton, que usou-a nos curtas Vincent e Frankeweenie e nos longas O Estranho Mundo de Jack e A Noiva Cadáver. Em 9 – A Salvação, resenhado por VEJA, ele mexeu no programa de computação responsável pela animação, de forma que o resultado final ficasse parecido com o stop motion.




Agora, desafie a turma a fazer curtas, de, no máximo 2 minutos, com técnica. Para isso, são necessárias apenas duas coisas: um computador com um programa para edição de vídeo e uma câmera fotográfica digital (pode ser de celular). Divida os alunos em grupos – o ideal são equipes pequenas, de três ou quatro componentes, mas é importante adequar o número de grupos à disponibilidade de equipamentos. Todos podem usar o material que quiserem: bonecos, massa de modelar, pessoas – o que a criatividade mandar.



Dê algumas dicas para a moçada:
• Planejar a filmagem – fale da importância de elaborar um roteiro, prevendo o espaço de movimentação dos personagens e o cenário;
• Utilizar menos quadros por segundo (fps) – vídeos profissionais usam 30 fps e fazer isso em stop motion daria muito trabalho. Com a metade, já se tem uma animação de bom nível;
• Evitar movimentar a câmera – nos primeiros trabalhos, manter o enquadramento facilita muito e manter a câmera fixa é essencial.

Terminados os trabalhos, organize uma mostra de vídeos para a escola.



Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/movimento-parado-532547.shtml

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